terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

D. Henrique - " O Casto "

Nasceu em 31 de Janeiro de 1512. Faleceu em 31 de Janeiro de 1580.

Foi o 17.º rei de Portugal.
Nasceu em Lisboa a 31 de Janeiro de 1512, fal. em Almeirim em igual dia do ano de 1580. Era filho de el-rei D. Manuel, e de sua segunda mulher, a rainha D. Maria; irmão de el-rei D. João III.

D. Sebastião não deixara descendentes directos. Por esse motivo subiu ao trono seu tio, que era o seu parente mais próximo, o Cardeal D. Henrique, que contava já 66 anos.
Destinando-se à vida eclesiástica foi nomeado aos 14 anos de idade prior comendatário de Santa Cruz de Coimbra, sendo aos 22 elevado a arcebispo de Braga pelo papa Clemente VII. Finalmente, aos 27 anos, em 1539, foi nomeado inquisidor­-mor de Portugal e seus territórios ultramarinos, mas o pontífice Paulo III não quis reconhecer esta nomeação, o que deu causa a uma luta muito curiosa entre a coroa portuguesa e a corte pontifícia.
De Braga passou a Évora, em 1540, sendo o primeiro arcebispo, que existiu naquele arcebispado, e 6 anos depois, em 1546, Paulo III lhe concedeu o chapéu cardinalício.
Em 1561, Pio V o instituiu legado a latere no reino de Portugal, e por morte do arcebispo de Lisboa, Fernão de Vasconcelos, em 1564 foi transferido para este arcebispado.
Quando em 1557 faleceu D. João III, ficou herdeiro do trono seu neto D. Sebastião, que apenas contava 3 anos de idade. A regência do reino durante a menoridade do novo rei foi confiada à rainha D. Catarina, viúva de D. João III, a quem competia. D. Catarina assumiu a regência, e chamou para seu auxiliar e conselheiro, seu cunhado, o infante cardeal D. Henrique, que também ambicionava o poder, que por este motivo resignou o arcebispado de Évora no bispo do Algarve, e veio para a metropolitana de Lisboa, por bula de Pio IV.
Serviu como regente para o seu sobrinho de segundo grau Sebastião, após 1557 e mais tarde o sucederia como rei, após a desastrosa Batalha de Alcácer-Quibir em 1578, depois de receber a confirmação de sua morte, no Mosteiro de Alcobaça. Henrique renunciou então ao seu posto clerical e procurou imediatamente uma noiva por forma a poder dar continuidade à Dinastia de Avis, mas o
Papa Gregório XIII, que era um familiar dos Haburgos, não o libertou dos seus votos.
Mesmo com o sério problema da sucessão em mãos D. Henrique nunca aceitou a hipótese de nomear seu herdeiro no trono, seu outro sobrinho, o Prior de Crato, pois não reconhecia a legitimidade de D. António, por consequência após a sua morte, de facto D. António subiu ao trono, mas não conseguiu mantê-lo, perdendo-o para seu primo Filipe II de Espanha, na batalha com o duque de Alba.
Foi aclamado rei na igreja do hospital de Todos os Santos
, no Rossio, sem grandes festejos. Caberia-lhe resolver o resgate dos muitos cativos em Marrocos. O reino, então jubilante pela juventude com que D. Sebastião liderava, perde o ânimo com a notícia e exije ao rei a vingança pelo sucedido que, entretanto, adoecia.
O Rei-Cardeal morreu em 1580, durante as cortes de Almeirim, deixando uma Junta de cinco governadores: o arcebispo de Lisboa D.
Jorge de Almeida, D. João Telo, D. Francisco de Sá Meneses, D. Diogo Lopes de Sousa e D. João de Mascarenhas. Em Novembro de 1580, enviou o Duque de Alba para reivindicar o Reino de Portugal pela força. Lisboa caiu rapidamente e Filipe I de Portugal foi eleito Rei de Portugal, com a condição de que o Reino e seus território ultramarinos não se tornassem províncias espanholas.
Foi sepultado primeiramente em Almeirim, tendo depois o seu sobrinho Filipe II de Espanha feito-o sepultar, em 1582, no transepto da Igreja do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, onde descansa junto do sobrinho-neto morto em Alcácer-Quibir, D. Sebastião, cuja sepultura foi também aí colocada por ordem de Filipe.


Quadra popular
Que o cardeal-rei D. Henrique
Fique no Inferno muitos anos
Por ter deixado em testamento
Portugal aos Castelhanos.

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