I
Louvado seja Sra. de Fátima
Que tão bem nos guardou,
E nos momentos mais difíceis
Sempre nos acompanhou.
II
Por isso se estamos aqui
Em tão grande animação,
Devemos agradecer-lhe
Do fundo do coração.
III
Coitados dos ex- combatentes
Tão desprezados estão,
Perderam anos de vida
A lutar pela nação.
IV
Muitos deles a sofrer
Sem poderem descansar,
São os traumas trazidos
Da guerra do Ultramar.
V
Outros tantos ficaram deficientes
Pois na guerra foram feridos,
E encontram-se desprezados
Pelos cantos esquecidos.
VI
Sangue suor e lágrimas
Nas ex-colónias foram deixadas
E para cá trouxemos
Doenças e pó das estradas.
VII
Continuam a sofrer
E pelos governos ignorados
de cabeça esquecidos,
Coração e pernas já cansados.
VIII
Dói aqui e dói ali
E dói em outro lugar
São as sequelas da guerra
Vindas do Ultramar.
IX
A quem lé perdeu os seus filhos
Ao serviço da nação,
Dos governos nunca tiveram
Palavra de consolação.
X
Todos os que trabalham
Pagam altos impostos
Que vão para subsídios
Dos que andam de mãos nos bolsos.
XI
Na luta pela nação
Perdemos anos de vida
A reforma aos 55 anos
Já nos era bem merecida.
XII
Reformam tantos jovens
Que nada fizeram afinal
E a nós querem-nos esquecer
Que defendemos Portugal.
XIII
Há meia dúzia de heróis
que fizeram a revolução
E tão pouco contribuíram
ao serviço da nação.
XIV
Fizeram o 25 de Abril
E houve muita alegria
Mas enganaram o povo
Não há liberdade e democracia.
XV
Há crimes e roubos
Assaltos à mão aramada,
O povo anda assustado
E não pode fazer nada.
XVI
A polícia vai presa
Por matar um ladrão,
Que autoridade é esta
Para a segurança da nação.
XVII
A saúde vai mal
Em grande degradação,
Curam que tem dinheiro
E quem não tem vai pró caixão.
XVIII
Tudo isto que escrevi
Não trás nada de novo,
Mas não pode ser esquecido,
É a história do nosso povo.
S. Tiaguinho, 22 de fevereiro de 2002
( Bernardino Simões) *
* Avô do Tiago Simões do 6ºA nº21
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